quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pacotão de segurança: o que realmente ajuda a proteger o PC?



Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados, etc), vá até o fim da reportagem e utilize a seção de comentários. A coluna responde perguntas deixadas por leitores todas as quartas-feiras.
Proteger um computador não é uma tarefa simples e, infelizmente, existem muitas “soluções” divulgadas que na verdade pouco contribuem na hora de evitar um crime virtual ou perda de dados. Um leitor comentou o seguinte:


O Windows Defender nasceu do GIANT Anti-Spyware, que foi comprado pela Microsoft (Foto: Reprodução)Windows Defender nasceu do GIANT Anti-Spyware,
que foi comprado pela Microsoft (Foto: Reprodução)
>>> Ferramentas de segurança no PC
Todos os computadores possuem os seus antivírus e firewalls, mas isso não os impede de serem infectados. A ferramenta da Microsoft, o Windows Defender, aparenta ser inútil. De uma forma geral e acessível para todos: o que pode ser feito para aumentar a segurança de seus computadores e suas informações? A ferramenta do Site ShieldsUp mostra que quase todos os firewalls não funcionam em modo Stealth, no entanto em modo Stealth os computadores são realmente muito mais seguros? O Tor Project alega que é importante manter a privacidade de nossas informações on-line, o uso dessa ferramenta também ajuda?
Filipe Souza
Filipe, você levantou diversas questões – todas válidas. Vamos começar pelo mais fácil – a do Windows Defender. Ele parece inútil hoje, mas nem sempre foi assim.
O Windows Defender nasceu como “Microsoft Anti-Spyware” e é um produto que teve uma importância histórica, quando os antivírus enfrentavam problemas para detectar e remover as pragas associadas a softwares publicitários – que eram os adwares e os spywares.
Com o tempo, os antivírus foram detectando essas pragas, algumas fabricantes de antivírus compraram empresas que faziam softwares de remoção de spywares. A própria Microsoft entrou no mercado comprando o Giant Anti-Spyware (que virou o Windows Defender). O Windows Defender só parece inútil hoje graças a esses desenvolvimentos da indústria e também de órgãos fiscalizadores dos Estados Unidos, que puniram companhias envolvidas na distribuição e desenvolvimento de spywares.
É importante não confundir o Windows Defender com o Security Essentials, que foi resultado da aquisição de outro produto, o Reliable Anti-Virus (RAV) e que tem uma tecnologia diferente. O Security Essentials substitui o Windows Defender, porque realiza todas as funções dele e muitas outras.
Para a maioria dos casos, o firewall do Windows oferece uma proteção suficiente (Foto: Reprodução)Para a maioria dos casos, o firewall do Windows
oferece uma proteção suficiente (Foto: Reprodução)
Firewall e o 'stealth'
Ter um firewall que mantém o computador no modo “stealth” (invisível) não faz muita diferença – a maior parte dos problemas hoje não é do tipo que um firewall iria prevenir. Um firewall pode ter a função de impedir uma informação de vazar do seu computador, mas isso não tem nenhuma relação com o modo “stealth” e depende de muito cuidado de quem está usando o PC – uma atitude bastante desgastante, mas que mesmo assim não pode garantir que nenhuma informação está sendo vazada.
O modo stealth apenas significa que seu computador está “invisível”, ou seja, que ele não responde nenhuma solicitação feita pela rede. Muitos ataques são realizados de forma cega, sem verificar se o computador de fato existe ou não – então a diferença entre avisar sobre um bloqueio ou ficar invisível é muito pequena. A coluna sempre sugeriu que, para a maioria das pessoas, o firewall do Windows, em configuração padrão, é suficiente.
Em ataques já feitos com o uso da rede, como é o caso dos vírus Blaster, Sasser e Conficker, o firewall não precisava deixar o computador invisível, apenas bloquear as conexões de entrada – exatamente o que o firewall do Windows faz. É claro que alguns fabricantes de firewalls precisam tentar mostrar de uma maneira fácil que são melhores do que o firewall interno do Windows. Na prática, a diferença é muito pequena.
Tor
Poucos entendem realmente o propósito do Tor. Navegar na internet usando o Tor não vai deixa-lo mais seguro. Ao contrário: a comunicação do Tor passa, na “ponta”, por outro computador, chamado de “nó de saída” (exit node). Isso significa que alguém pode monitorar seus dados e, de fato, sabe-se que órgãos de inteligência operam exit nodes. Em 2007, um pesquisador mostrou como é possível capturar senhas dessa forma.
O Tor é útil para manter a origem da conexão desconhecida, ou seja, você. Ele não protege seus dados. Se você quer evitar ser associado a uma informação publicada ou lida na internet, o Tor pode ajudar. Se você quer apenas proteger seus dados, o Tor vai diminuir sua segurança.
Afinal, o que fazer?
Existem muitas informações que só complicam a tarefa de realmente proteger o PC. Mas há atitudes simples que fazem muita diferença:
1. Usar a versão atualizada de softwares que lidam com a internet, como navegadores web e plugins, como Flash, reprodutores multimídia e o próprio sistema operacional. Isso normalmente é possível com um recurso de atualização automática.
2. Operar o sistema com uma conta de usuário limitada;
3. Realizar backups (cópias de segurança).
Somadas com outros cuidados – para não ser enganado por e-mails que dizem ser do banco ou de outras empresas –, essas atitudes vão realmente aumentar sua segurança, diminuir o dano que uma praga digital pode causar e proteger seus dados contra problemas de qualquer natureza – seja um vírus ou um disco rígido danificado.
A coluna Segurança Digital de hoje termina aqui, mas toda quarta-feira tem mais um pacotão respondendo dúvidas de leitores. Não se esqueça de deixar sua dúvida na área de comentários, logo abaixo. Até a próxima!

*Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança digital”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários. Acompanhe também o Twitter da coluna, na páginahttp://twitter.com/g1seguranca
FONTE G1.

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