terça-feira, 22 de outubro de 2013

Programa secreto dos EUA monitora Facebook, Google e Microsoft

Jornal revelou existência de ações de inteligência do governo.
Empresas negaram que governo tenha acesso direto a dados.
(Simon Stratford/SXU)
Jornal revelou dois programas de inteligência. (Simon Stratford/SXU)
O programa do governo norte-americano do qual faz parte a captura de todos os registros telefônicos agora tem nome: PRISM. Uma reportagem do jornal The Washington Postrevela que o monitoramento se estende a prestadores de serviços de tecnologia e internet, como GoogleFacebook,MicrosoftApple, Yahoo, AOL e PalTalk— serviço de comunicação em uso na Síria. Segundo o jornal, o governo teria carta branca para obter diversos dados de usuários desses serviços.


As informações sobre o PRISM estão em um documento ultrassecreto obtido pelo The Washington Post.
Todas as empresas envolvidas disseram desconhecer completamente a existência do programa e negaram que o governo tenha acesso aos seus sistemas, exceto com uma devida autorização da Justiça.
O diretor de inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, disse que há vários erros na reportagem publicada pelo jornal e também nas informações do britânico The Guardian — primeiro a publicar sobre o assunto. Clapper não especificou quais seriam esses erros.
The Washington Post afirma que o PRISM teve início em 2007, mesmo ano indicado por senadores que tinham conhecimento da coleta dos dados. A primeira empresa “parceira” teria sido a Microsoft. Hoje, informações do PRISM são responsáveis por 1 a cada 7 relatórios produzidos na Agência de Segurança Nacional (NSA), segundo a publicação.
Outro documento obtido pelo jornal é um “manual de usuário” para coleta de dados do Skype. O texto diria que qualquer “chat, vídeo, transferência de arquivo” e “chamadas feitas quando um dos terminais é um telefone convencional” estaria passível de monitoramento. No caso do Google, dados do Gmail, chat de voz e vídeo, arquivos do Google Drive e o monitoramento em tempo real de pesquisas estaria à disposição.
O monitoramento é possível porque as empresas aceitam obedecer uma “diretiva” do advogado-geral e do diretor de inteligência para dar acesso direto a seus servidores à Unidade de Tecnologia de Interceptação de Dados do FBI. Em troca, as empresas teriam imunidade contra ações judiciais. As empresas teriam a opção de se negar a colaborar, o que a Apple teria feito durante 5 anos, segundo o jornal. Mas o governo também pode obter uma ordem para obrigar uma empresa a “colaborar”.

Origem

O programa foi concebido após a imprensa norte-americana divulgar a existência de um programa ilegal de coleta de dados da administração de George W. Bush, no qual informações eram cedidas por empresas como a AT&T sem autorização judicial. Clientes da empresa entraram na Justiça, exigindo indenização pela violação dos dados.
Em 2008, o Congresso norte-americano aprovou uma extensão da lei FISA que garantiu imunidade retroativa a qualquer empresa envolvida no escândalo (o processo mencionava ainda a Sprint e a Verizon). A Suprema Corte não quis analisar o caso, e a AT&T não foi condenada.
A nova lei ainda dava novos poderes ao governo caso quisesse buscar na Justiça as autorizações que precisava para combater terroristas.
De acordo com o The Washington Post, o PRISM é um herdeiro de um antigo programa de monitoramento da NSA, chamado de “Special Source Operations”, que teve início na década de 1970 com a cooperação de mais de 100 empresas privadas.
O PRISM funciona em conjunto com outro programa, BLARNEY, que monitora a conexão dos backbones de internet — pontos de encontro entre uma rede e outra, ou uma rede e outras partes da mesma rede — procurando por “metadados” da comunicação.
Por atuar nos backbones, o BLARNEY teria escopo global. Ao contrário do PRISM, porém, ele não seria controverso nos Estados Unidos, em que a lei protege apenas norte-americanos contra vigilância indevida do governo. A crítica das publicações é a de que dados de cidadãos norte-americanos estejam sendo coletados junto das informações de terroristas.

“A administração de Obama não tem mais credibilidade”

O jornal New York Times publico um editorial criticando o governo pelo programa. Para a publicação, a administração de Barack Obama perdeu toda a credibilidade. Quando era candidato, o atual presidente defendeu o argumento de que não é preciso trocar liberdade e privacidade para se ganhar segurança.
Fonte; Linhadefensiva.com.br

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